sábado, 30 de dezembro de 2017

Como lidar com pessoas e ambientes tóxicos? (o poder do Perdão)











Há aproximadamente  três semanas que não partilho nada aqui no blog. Estive ausente, fora do país, de férias e não consegui dedicar-me ao blog nesse período.

Passei as minhas férias em Moçambique, minha terra natal, com a família e amigos. Foram duas semanas intensas, cheias de momentos fantásticos mas também cheias de momentos desafiantes. Durante o período de férias não consegui seguir a minha rotina de meditação e isso de certa forma contribuiu para que eu estivesse mais reactiva durante esse período. Foram momentos de muita emoção, a saudade era enorme,  e de certa forma criou-se muita tensão também. 

Durante estas férias consegui identificar situações e pessoas que me fizeram reagir sem muita consciência. Na verdade só fizeram aflorar partes minhas que ainda estavam fragilizadas, abriram algumas feridas que ainda não estavam completamente saradas. Por momentos, aquilo que estava a ser uma maravilha transformou-se num ambiente de energias negativas. Senti-me mesmo mal durante algum tempo e a minha vontade era voltar para casa o mais rápido possível. 

Depois de reflectir sobre a situação concluí que estava realmente num ambiente tóxico para mim, mas que não havia reais culpados . O que estava a acontecer é que as nossas energias eram opostas e sugavamos uns dos outros. Criava-se um caos porque todos ficavam de certa forma debilitados energeticamente e isso nos faz reagir inconscientemente e não tomar decisões conscientes que culminam com acções conscientes. 

Então como podemos lidar com ambientes e pessoas tóxicas para nós? Digo para nós porque é muito relativo. Aquilo que me fere pode não ferir o outro, cada um tem as suas feridas, as suas cicatrizes.

Enquanto me remoia com a situação que despoletou sentimentos negativos em mim, abri o meu telemóvel e lá estava um vídeo do Jake Ducey que amei. Ele dá dicas fantásticas de como lidar com pessoas e situações tóxicas. Durante o vídeo ele comenta que o ambiente familiar é muitas vezes o mais tóxico, e infelizmente tive que concordar! E também concordo que é muito mais difícil de lidar no caso de se tratar da família. Uma das dicas que vem no vídeo é perdoar. Perdoar a nós mesmos, a situação, as pessoas envolvidas. Enviar amor por meio de meditação. Evitar ficar muito tempo e muitas vezes nesse ambiente. É um vídeo esclarecedor que me ajudou muito a lidar com a situação que tive nas férias e me deu coragem de olhar mais friamente e verificar o que aquela situação queria me ensinar, o que de bom estava ali, que lição eu tinha que aprender, que ferida eu tinha que sarar.

As vezes é complicado olhar friamente, deixando de ser vítima, a pobrezinha injustiçada. As vezes é complicado ter que aceitar certas partes nossas que tendem a florar descontroladamente porque nós não aceitamos. O que vemos no outro temos dentro de nós. Se ficamos irritados, etc é porque é algo nosso que não queremos aceitar por este ou aquele motivo inconscientemente não aceitamos. A partir do momento de aceitamos ver isso, recebemos de braços abertos, perdoamos a nós mesmos, o coração fica mais leve, a situação toma outro rumo e finalmente descobrimos a lição por detrás e fazemos de tudo para assimilar e melhorar. 

No entanto, pessoas e ambientes tóxicos genuínos existem, porque nem todos tem consciência de si mesmos como um todo, não se conhecem por inteiro, ou porque os seus valores são diferentes dos nossos e por aí vai. Então, por causa disso, decidi seguir os conselhos do Jake e perdoar, enviar amor e manter uma certa distância. Isto faz bem aos dois lados e é libertador. 

Achei que seria pertinente falar sobre este assunto já que nos aproximamos do final de ano e sinceramente é muito melhor começar o novo ano sem mágoas e ressentimentos. Perdoar limpa o nosso coração, cria espaço para uma aceitação maior. A partir do momento que eu me aceito também consigo aceitar o outro, se eu me perdoo também consigo perdoar o outro, fica muito mais fácil. 




Desde que decidi aproveitar os momentos de crise e caos para aprender, apesar de as vezes ser complicado manter a calma, tenho aprendido muito sobre mim, sobre os outros e sobre as relações. Uma das coisas mais importantes que aprendi este ano é que a relação que temos conosco mesmos dita a relação que temos com os outros. Ou seja, se nos aceitamos, amamos e respeitamos é exactamente esse tipo de relação que iremos atrair para nós, de aceitação, amor e respeito. Recomendo vivamente um mantra que tenho feito há algum tempinho e que sinto que resulta! 

"Amo-me, Aceito-me e Respeito-me!"

Um óptimo ano para todos, cheio de Paz, Amor e muita Luz. Um ano cheio de realizações, autoconhecimento, sucesso, desafios bons, relações fantásticas e momentos maravilhosos.

NOTA: O vídeo do Jake Ducey mencionado acima neste link

Namastê

Odetuska

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Tornando-me responsável pela minha vida


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Estava agora numa conversa do WhatsApp e tive um insight de escrever sobre a responsabilidade que temos sobre a nossa vida.

Muita gente não se posiciona no seu real papel, de responsável pela sua própria vida. Ora vitimizando-se, ora achando que é obrigado a dar conta de tudo e todos (o salvador da pátria), ora sendo agressivo. Nos três padrões o indivíduo coloca a responsabilidade noutra pessoa e se sente confortável com isso, por mais que não se dê conta disso, perpetuando o comportamento. É interessante isso.

Mas porquê isso acontece? Fazendo uma análise leiga e pessoal, pra mim todos querem fugir de algo, querem fugir da responsabilidade. Há um medo metido aí no meio...uma espécie de dependência. O ponto é que se tornar responsável pela própria vida exige uma maior disciplina, exige uma maior clareza daquilo que queremos, implica estar sujeito as consequências das suas escolhas, que podem ser boas ou não, mas são nossas e de mais ninguém.

Eu já me identifiquei nos 3 padrões, principalmente na vítima e no salvador da pátria. Depois que iniciei o meu processo de autoconhecimento percebi porque eu fazia isso, não confiava em mim, nas minhas escolhas, então era mais fácil colocar a escolha no outro, tornando-o responsável e se algo saísse torto eu não tinha nada a ver  e podia retorquir. Ilusão total! Depois remoía-me por não ter feito como eu queria, julgava-me, etc, ficava cheia de remorsos e achava-me incompetente e, obviamente, criava-se um ciclo vicioso. As vezes ficava a vítima e culpava outras pessoas ou situações por eu estar a sentir-me pra baixo, ou irritada, etc, quando no fundo existia uma autoestima ferida escondida, a qual eu não queria ser responsável porque era horrível, doloroso pensar que fui capaz de me pôr pra baixo. Essa é a verdade pra mim, eu é que me punha pra baixo, eu é que me julgava e isso me feria e deixava triste, ansiosa ou deprimida, etc, EU, EU e mais EU! Assim como tenho a capacidade de por-me pra baixo também tenho a capacidade de elevar-me, porque afinal depende de mim, é da minha responsabilidade! Essa é a boa notícia no meio disto tudo.

Quantas vezes não fiquei no lugar do salvador da pátria, fazendo tudo pelos outros, muitas vezes como eles queriam e esquecendo completamente de mim? Esse papel sinceramente é o que tem sido mais difícil de me desfazer principalmente sendo mãe, esposa, dona de casa, médica, o que não justifica o comportamento, mas incentiva quando a tendência é essa. Quantas vezes não me coloquei na obrigação de fazer tudo por todos menos por mim? Descobri que fazia isso porque precisava de aceitação, ora de provar para os outros que sou uma super mulher, ora porque sentia-me pressionada pelas imposições culturais e sociais. Em resumo, tinha a autoestima ferida e não sabia porque nem sequer me conhecia! Então o discuso era: "o que fazer?"  "a minha situação exige isto ou aquilo"  "não tenho como não fazer"  "só posso ser eu a fazer"....HEY, é doloroso isso!

É complicado aceitar que tudo o que acontece na nossa vida tem o nosso dedo de responsabilidade, contribuímos de certa forma! E quando fazemos uma análise mais profunda sobre isso descobrimos os motivos detrás dos motivos que achavamos serem reais. Nem sempre é agradável fazer essa descoberta! Mas ajuda-nos a ter consciência que somos responsáveis pela nossa vida, pelas nossas escolhas e isso permite fazer escolhas mais conscientes, mais assertivas.

Obviamente esses três padrões, da vítima, do salvador e do agressor vão aparecendo  durante a nossa vida, mas a partir do momento em que aprendemos a identifica-los conseguimos dar a volta e voltar ao nosso ponto de equilíbrio. Há dias tive uma situação que me afectou e a minha "salvadora" interior ressurgiu primeiro, cheia de culpa porque não tinha feito as coisas do agrado do outro e este reagiu indelicadamente, fiquei triste, pra baixo, durante alguns instantes e de repente fui acordada por mim mesma, pelo meu lado compassivo: "HEY!!! RELAXA! não é suposto seres perfeita, não é suposto fazeres tudo perfeitamente, não é suposto agradares sempre, a única coisa que é suposto é te aceitares com as tuas imperfeições, SERES TU, dares o teu melhor, respeitando o outro e a ti mesma sempre!" 

Depois deste acto de autocompaixão senti-me muito melhor, voltei ao meu centro de equilíbrio e tomei a responsabilidade outra vez, estava cansada e não fiz algo como poderia ter feito mas mesmo assim dei o meu melhor naquele momento, o outro reagiu como reagiu e como era um padrão que eu própria tinha pra mim mesma, identifiquei, recebi aquilo, deixei entrar e tomar conta da minha energia. Pensamentos de culpabilização ao outro e de vitimização afloraram logo! Resumindo, a responsabilidade por eu me ter sentido mal com o julgamento externo é inteiramente minha, é a minha ferida que ainda não sarou completamente. E vou mais além, o facto de eu ter classificado a reacção do outro como julgamento apenas espelha o meu próprio julgamento! A partir do momento que tive uma atitude mais compassiva comigo mesma, parei de julgar-me, não voltei a achar que o outro tinha sido indelicado. É incrível, não é? Eu estou a adorar!!

Então, como está a sua autoresponsabilização? Como tem gerido?

Muita Paz, muita Luz, muito Amor

Namastê

Odetuska

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

"Mãe, Porquê existimos?"


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Hoje enquanto preparava a minha filha de 10 anos para dormir, ela fez uma pergunta interessante: Mãe, porquê os insectos existem? E Porquê nós existimos?

Achei mesmo interessante e parei por alguns minutos para analisar a pergunta com mais calma e preparar uma resposta que realmente valesse a pena, que fosse mais próxima a realidade que acredito, algo que poderia fazer diferença positivamente na vida dela. A primeira coisa que me apareceu em pensamento foi: Xiii, que pergunta! hehehehe. Então depois de pensar e tal decidi responder com delicadeza: "todos somos necessários, fazemos parte da natureza. Nós existimos porque temos coisas maravilhosas para fazer no mundo, ajudar uns aos outros, incluíndo os animais e as plantas, todos somos importantes e é por isso que nós existimos." Ela adora animais e sente uma conexão muito forte com eles, logo retorquiu: "Então eu existo para cuidar dos animais fofinhos".

Foi um momento muito mágico entre nós e muito profundo, por isso decidi partilhar aqui. As vezes, nós adultos, entramos numa crise existencial, e nos fazemos essa mesma pergunta: porquê existimos?

Sempre fui uma pessoa que sempre soube o que queria,  ou pelo menos achava que era assim, mas cheguei numa fase da vida que fiquei confusa e me deixei levar pela tendência. Na altura um dos impasses era que quase todos os meus colegas estavam a escolher uma especialidade médica, iam fazer o exame, e eu me vi inconscientemente nessa onda também. Mal sabia que especialidade queria fazer, os motivos que me faziam escolher não eram consistentes, mas mesmo assim lá me meti. Foi engraçado porque mudei várias vezes (hahahaha, mas partilharei essa fase num outro post). Como resultado, não sabia porque estava a ir e nem sequer onde ia. Esse é o problema de não conhecer o seu próprio propósito, não ter um objectivo genuíno mas sim um baseado naquilo que deveria ser. Isto também tem muito a ver com a Síndrome o que os outros vão pensar, que abordo aqui. Nesse caso específico da especialidade a preocupação era, não posso ficar atrás, irão pensar que sou fraca, que sou inferior, a idade vai passar, etc, etc. Eu sofri muito dessa síndrome, e tem sido um desafio libertar-me, mas estou a conseguir, aos poucos, há que ter paciência sempre. Também não posso querer que algo que foi enraizado durante anos, do nada desapareça!

Mas continuando, quando completei 30 anos comecei a fazer análises da vida, na altura chamei de "A crise dos 30" (hehehehe). Sinceramente acho que foi uma crise, mas não propriamente dos 30 e sim existencial! Acredito que cada um de nós tem esses momentos de crise existencial em algum momento da vida. Eu encarei essa fase de braços abertos e decidi ir a fundo até descobrir porquê eu existia! Sentia que naquele caminho em que estava eu não iria encontrar a resposta, então procurei outros caminhos e fui parar na necessidade de me autoconhecer!

Hoje uma coisa que gosto muito de fazer é reflectir sobre a minha vida. Fazer um resumo dela focando-me nas minhas conquistas e nas situações difíceis que tive que passar para conseguir conquistar o que conquistei até hoje. Essa reflexão permite-me analisar todas as situações e ajuda-me a valorizar todas essas conquistas, por mais pequenas que sejam. Engraçado que fazer isso deixa-me com fôlego para continuar, dá-me forças, motivação. Também permite-me rever os planos, fazer  mudanças sempre que sinta que são necessárias. Conhecer-me melhor  activa o meu sentimento de gratidão por todo o aprendizado, cria uma fome por conhecimento, algo incrível. Além de tudo isso ajuda a comprovar aquela teoria de que nada acontece por acaso, absolutamente nada! E que tudo tem o seu tempo, que nem sempre está em sincronia com o nosso tempo. Dar-me conta disto ajudou-me a aumentar a minha tolerância e paciência (ok, sou de signo touro e a paciência já é um atributo hehehe).

Com isto dizer que adorei a pergunta da minha filha e espero ter dado uma resposta jeitosa e proveitosa para ela.

E você, já teve a sua "crise existencial? Está a passar por ela? Como lida ou lidou com ela? Vive o seu propósito de vida ou já está no caminho que o permite fazer isso?

Muita Paz, Muito Luz, Muito Amor

Namastê

Odetuska




domingo, 3 de dezembro de 2017

O Julgamento




Antes eu tinha uma tendência a julgar os outros, a dar conselhos, a achar que tinha razão. Na verdade sempre tive uma intuição afiada e raramente falhava no julgamento que fazia das pessoas e isso de certa forma cegava-me para outras coisas, afastava algumas pessoas, criava-me um sentimento de superioridade ás vezes. Na verdade lembro-me de situações que amigas minhas preferiam não me contar as coisas por medo do meu julgamento. Sempre me achei íntegra, honesta, humilde e amiga, mas confesso que era também uma grande juíza. Era a juíza dos outros e de mim mesma, principalmente de mim mesma. Eu julgava-me tanto, massacrava-me mesmo, punha-me para baixo, impedia-me de seguir em frente com confiança.

Acredito que essa tendência que eu tinha de me julgar muito, de não me achar boa o suficiente, tem a sua origem na minha infância, nas experiência que tive, ou que não tive. O ponto é que cresci assim, só me sentia confiante nos ambientes que conhecia, com as pessoas que conhecia. Assim que saísse dessa zona de conforto lá vinha a juíza e eu lá me encolhia. O autojulgamento era prejudicial para mim e obviamente ao projectá-lo nos outros também poderia ser prejudicial para eles também. Cada julgamento que eu fazia a alguém tinha a ver comigo, essa é a verdade. Falar da roupa, do cabelo, da atitude, da postura, etc, etc...Tudo tinha na verdade a ver comigo! De uma forma ou de outra eu projectava os meus próprios julgamentos nos outros. O engraçado é que por várias vezes achava que fazia isso numa espécie de expressar a minha opinião, o meu ponto de vista, então, estava tudo bem. Mas hoje sei que nem sempre há necessidade de exteriorizar a nossa opinião, ponto de vista, etc, se fazendo isso não contribuímos positivamente, para melhoria, colocamos o outro para baixo, contribuímos para minar a sua autoestima. O silêncio é um poderoso aliado e nos permite tomar decisões mais assertivas e conscientes.

Hoje vejo que cada julgamento que fazia ou que achava que os outros faziam de mim, era na verdade uma ferida minha. Ao fazer uma fofoca, uma crítica destrutiva, eu estava a falar de mim. Tomar consciência disso foi duro, doeu mesmo. Porque não ia de encontro com aqueles que eram os meus princípios, aquilo que eu achava que eu era. Ao falar mal de alguém eu não estava a ser íntegra, mesmo que esse alguém fosse alguém que não gostasse, não tinha o direito de julga-lo e muito menos partilhar o meu julgamento com outras pessoas. O que se pretende no fundo quando se faz uma fofoca sobre alguém? Coisa boa não é, por mais que conscientemente a pessoa não queira fazer mal ao outro. Um exercício que comecei a fazer para perceber se o que falo sobre alguém é ou não fofoca foi sempre perguntar a mim mesma se poderia falar exactamente a mesma coisa se a pessoa estivesse presente. Remédio santo! (Rs)

O que vemos nos outros existe em nós! Essa frase é das mais duras de se ouvir e de se reflectir nela. Digo por experiência própria. Nós projectamo-nos nos outros, no mundo, daí que a nossa visão do mundo é nossa, tem a ver com o que temos dentro de nós. Comecei a prestar atenção a cada julgamento que fazia, mesmo sem expressar, procurava o que de meu teria ali. As vezes não é algo na nossa personalidade, mas naquilo que acreditamos, naquilo que aprendemos, naquilo que vivemos (que acaba moldando a nossa personalidade), naquilo que verdadeiramente queremos mas ao mesmo tempo achamos que não podemos querer. Então uso a minha tendência a julgar a meu favor, para o meu autoconhecimento e tenho conhecido muito sobre mim assim. Até sobre desejos ocultos que o meu juíz interior abominava, mas que a minha essência adorava hahahaha.

De uns tempos para cá venho aprendendo a prestar atenção aos julgamentos que faço. Uma técnica que implementei para parar de julgar o outro e a mim mesma, foi colocar-me no lugar do outro (olhar também para mim, sem ideias pré-formadas), activar a compaixão pelo outro (e por mim), compreender o outro (e a mim mesma). Isso tem me ajudado bastante, tem me ensinado a definir as situações em que colocar um ponto de vista, uma opinião, um conselho, pode ser útil positivamente para ambas partes. Outra coisa que me tem ajudado a diminuir bastante a tendência ao julgamento é a aceitação. Aceitar a mim mesma como sou e aceitar o outro como ele é.  Não tenho o poder nem o direito de mudar o outro, posso mudar a mim mesma, melhorar-me, mas não ao outro. Aceitar o outro, compreendê-lo, desenvolver o amor incondicional é o suficiente para não querer julgar.

Hoje passei de uma grande fofoqueira (de coisas boas na maioria das vezes hehehehe, mas fofoca na mesma) para uma pessoa menos juíza, mais receptiva, mais compassiva, mais humana. É incrível como do nada comecei a sentir-me desconfortável quando me sentia na obrigação de opinar numa fofoca, algo que fazia sem pestanejar antes. Hoje prefiro sempre tirar da minha boca, e colocar na minha mente, apenas aquilo que diria se a pessoa em questão estivesse presente, ou ficar em silêncio. É um processo, que ainda estou a aprender, ás vezes a pressão da fofoca é maior (raramente ultimamente! hahahaha). Mas essa é a minha verdade hoje. Julgar para quê? Cada um tem o direito de viver a sua vida como bem entender e eu não sou juíza de ninguém. Certo ou errado é relativo e baseado nos valores e crenças de cada um, nas prioridades de cada um. Desde que não faça mal ao outro, está tudo bem! Desde que o deixe de bem consigo mesmo, está tudo bem! É a verdade que escolhi viver, respeitando sempre a verdade dos outros.

Atenção que o autojulgamento ás vezes é necessário, é o nosso crítico interno, o que temos que saber é usa-lo a nosso favor. Captar o que ele tanto critica e procurar soluções para melhorar e não apenas sentir-se paralisado com o seu pessimismo.

Essa é a maneira que lido com o julgamento, espero que seja útil para si, que ainda se debate com ele e queira ver-se livre. Espero também aprender mais com as suas experiências nesse assunto. Como lida com o julgamento?

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Muita Paz, Muita Luz, Muito Amor

Namastê

Odetuska

sábado, 2 de dezembro de 2017

Menos Reclamação e Mais Gratidão


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Somos criados num ambiente que nos ensina a viver com a mente na escassez, de várias maneiras, ora incentivando a cobiça, incentivando a competição, a comparação, o consumismo, etc. Tudo isto leva a uma tendência a reclamação, cria este hábito terrível. Não que reclamar seja mau de tudo, mas tudo em excesso faz mal (tenho algumas excepções rs). O hábito de reclamar pode tornar-se um vício. Reclamar cega-nos para aquilo que somos e temos. Falo de ser porque nos últimos tempos aprendi que ser e estar é muito mais que ter.

No entanto, o que muitos esquecem, ou porém e simplesmente não sabem, é que cada vez que se reclama, a mensagem que transmitimos é que não estamos gratos por tudo o que somos e temos, transmitimos ingratidão. Ingratidão é um sentimento, que assim como os outros, irá multiplicar-se se for alimentado, e obviamente, iremos atrair mais situações para podermos sustentar o nosso sentimento. Para comprovar isto é só prestar atenção ao seu dia a dia. Veja como o vício da reclamação evolui, irá notar que vai ficando pior, vai tendo sempre mais motivos para reclamar. Pode optar por cultivar sentimentos de gratidão e multiplica-los.

O mais importante para mim é ter consciência de todos os pensamentos e sentimentos que temos. Sempre que sentirmos necessidade de reclamar, fazermos algumas perguntas a nós mesmos:
  • Porquê estou a reclamar? 
  • Há mesmo necessidade disso?
  • Mudará alguma coisa eu reclamar?
  • O que de bom posso tirar desta situação que me faz querer reclamar?
 A primeira e a última pergunta são pra mim as mais importantes e as que eu tento sempre ter uma resposta verdadeira. A primeira leva-me a raíz do problema, a ferida interna que foi tocada com a situação que me fez reclamar. A segunda ensina-me a treinar a paciência e tolerância. A terceira ensina-me a ver o que realmente é importante e a última me faz treinar a gratidão, a olhar para o lado positivo das coisas, a ver o aprendizado por detrás da situação. Estas perguntas funcionam não só com a reclamação mas com qualquer sentimento negativo que aflore, mesmo com a tendência ao julgamento.

Falando um pouco mais da minha própria experiência. Reclamar suga muito as energias, cansa, essa é a verdade, deixa-nos deprimidos, entristece, angustia, em resumo, não nos faz bem. Sofremos muito quando cultivamos o vício da reclamação.

Uma vez, tentei um desafio de um vlogista que sigo, em que deveria ficar 1 dia inteiro sem reclamar, nada mesmo, nem aquelas reclamações que chamamos de inocentes, e só me focar nas coisas pelas quais sou e estou grata. Foi mesmo um desafio, foi quando notei pela primeira vez que reclamava muito (hahahaha), a sério, foi mesmo um desafio. E para a minha surpresa, descobri muita coisa pelas quais sou e estou grata. É incrível, experimente fazer essa troca. Estendi o desafio para uma semana, obviamente não consegui cumprir a 100% mas pelo menos uns 75% consegui e fiquei muito feliz por isso. Senti-me muito bem, cheia de energia, animada, inspirada, feliz e vivi a gratidão de verdade. Falo de verdade porque muitos de nós tem o hábito de agradecer, em oração ou não, em dependência da crença de cada um, mas muitas vezes não sentimos aquilo que agradecemos, pelo menos era assim comigo. Hoje sinto realmente a gratidão na minha vida. Desde a experiência de parar de reclamar e olhar mais para o lado positivo da situação, a gratidão passou a fazer parte da minha vida, foi realmente integrada em mim, de tal modo que sempre que aparece uma reclamação, a minha mente vê logo o que agradecer na situação. É mesmo incrível como podemos reeducar a nossa mente, ensinar novos conceitos e fazê-la aplicar.

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Espero que estas dicas ajudem a diminuir a reclamação na sua vida e a aprender com as situações que o fazem reclamar, porque ela traz consigo um aprendizado sempre, algo que se for olhado, visto e reflectido, pode contribuir muito para o nosso autoconhecimento e desenvolvimento. Espero que esta reflexão ajude a potenciar o sentimento de gratidão e a incoorporá-lo na sua vida.

Muita Paz, Muita Luz, Muito Amor

Namastê

Odetuska

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Indecisão


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Hoje senti vontade de refletir um pouco sobre a indecisão...

Por várias vezes nos deparamos com momentos que exigem uma decisão. Na verdade a cada instante temos que tomar uma decisão, e a cada decisão tomada moldamos o nosso destino, escrevemos mais páginas no nosso livro da vida.

No entanto, existem situações em que a tomada de decisão se torna mais difícil, dando espaço ao surgimento da indecisão. Falando do meu caso pessoal, a indecisão aparece quando tenho 2 ou no máximo 3 caminhos que poderia seguir. Fico confusa e surge a dúvida, a indecisão. Então há dias decidi reflectir um pouco sobre uma indecisão que venho tendo recentemente.

Estou com dois caminhos, os quais gosto, mas de certeza que gosto mais de um que do outro. Fiz a seguinte pergunta: Porque estou indecisa se já descobri o caminho que gosto mais?
Foi nesse exacto momento que descobri que o que alimentava a minha dúvida, a minha indecisão eram as minhas próprias crenças limitadoras com um forte toque da Síndrome "O que os outros vão pensar" (Falo sobre esta síndrome neste post). Com esta reflexão, que já faço há umas semanas, entendi que quase sempre que eu tenho uma indecisão/dúvida, existe uma certeza escondida, por mim mesma, uma certeza que eu não aceito. Uma certeza que choca com as crenças, que afecta as feridas que fazem despoletar a Síndrome "O que os outros vão pensar".

As vezes temos dúvidas e a primeira coisa que fazemos é pedir opinião externa. Notei também que sempre que faço isso na verdade o que estou a procura é de desculpas, de argumentos para negar ainda mais a certeza que tenho. Parece estranho, no início também me pareceu realmente estranho mas fui analisando cada momento da minha vida (que eu me lembre rs) em que estive profundamente indecisa e zás...sempre houve uma certeza, mas que não ia de acordo com a certeza que eu própria achava que deveria ter, baseada naquilo que tinha aprendido, vivido e também baseada naquilo que os outros esperam de mim. Mas o facto é que a certeza existe. As vezes aceita-la é complicado, as vezes implica descobrir coisas sobre nós que não nos agradam muito, mas sempre vale a pena.

Reflectir sobre a razão que me faz esconder a certeza e aflorar a dúvida, a indecisão, foi renovador, revelador. Foi uma reflexão profunda que me levou aos locais que precisam ser curados. Levou-me a lacunas na minha autoestima, mostrou-me feridas da famosa Síndrome. Foi mesmo fantástico e contribuiu bastante para o meu autoconhecimento. E como o universo (Deus), adora mandar sinais que nos mostrem  que aquela certeza que negamos realmente é a certeza real, é o caminho que temos que seguir, ontem aconteceu algo revelador pra mim, que me fez olhar para a certeza com outros olhos e aos poucos decipar a dúvida que vinha tendo. Hoje a dúvida está menor e a certeza mais forte, mais convicta.

Pois bem, é isso, sempre que se encontrar numa situação de indecisão não se aflija, não alimente a ansiedade, reflita sobre os motivos, reflita sobre cada uma das opções, avalie aquela que mais o deixa feliz. Depois de descobrir, siga em frente, mesmo que por vezes o medo e todos os outros motivos que mencionei acima, o façam querer voltar atrás, desistir, desacreditar.

Um abraço bem forte, Muita Paz, muita Luz e muito Amor

Namastê

Odtetuska