terça-feira, 7 de novembro de 2017

Como descobri o caminho para a minha Espiritualidade (Autoconhecimento)?



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fonte:wccftech

Falar de espiritualidade nos dias de hoje pode ser complicado, em dependência do local onde cada um vive, como também pode ser bastante simples. Actualmente já existe tanta informação sobre o assunto, tanta coisa difundida, tantos cursos, etc. De uma forma global está a crescer o reconhecimento da importância desta parte nossa, da nossa real essência, que vem se perdendo.

Decidi que a minha primeira publicação seria sobre a descoberta da minha espiritualidade porque isso marcou muito a minha vida e tem sido uma  jornada maravilhosa, inspiradora, cheia de aprendizado.

Há mais ou menos dois anos senti uma necessidade instantânea de descobrir o que estava para além daquilo que via. O que estava para além daquilo que era? Foi quando comecei a interessar-me pela Meditação. Mas no país onde vivia (Moçambique), a meditação não está tão difundida e não há muitos centros ou grupos sobre o assunto. No entanto, tenho uma amiga que faz parte de um grupo de Humanistas cujo nome é Amigos da Vida. Eles fazem meditações e tem uma visão mais humana e espiritual da vida, da essência e do propósito de todos nós neste mundo, nesta vida. Interessei-me mas como estava ainda indecisa e com uma vontade superficial, não aprofundei muito o assunto e nem cheguei a participar dos retiros.

Estava numa fase um pouco complicada da minha vida, uma fase decisiva, em finais de 2015. Ia dar um salto enorme na minha vida, para um mundo completamente diferente do mundo que eu estava habituada. Chutei o balde no emprego que tinha, sem ter nenhuma segurança. Pela primeira vez, senti-me corajosa e ao mesmo tempo com muitooo medo, um medo que nunca tinha sentido.

Mudei de país, sem garantia nenhuma de emprego na minha área profissional e isso era terrível. Eu tinha um emprego estável, de certa forma promissor, mas sentia que não era aquilo que queria. Tudo isso criava muita ansiedade, muita culpa, muitos ressentimentos. Afinal, estava a deixar a minha vida antiga para trás. Mesmo depois de arriscar, ultrapassando o primeiro medo, havia um vazio, uma falta.

Foi quando notei que acordava para ser vivida e não para viver. Estava tão obcecada com as minhas metas e com o medo de não conseguir, que ficava inerte à mim mesma. Esqueci completamente de mim. Pois é, ás vezes acordamos e nos damos conta que não sabemos porque acordamos.

Será que acordamos por acaso? Lógico que não. É algo estranho de se sentir, algo um pouco complicado de perceber no início. O problema é quando se torna recorrente e a cada dia vai nos desgastando. É como se existisse um abismo dentro de nós, algo em falta, um vazio.

A pessoa pode ter tudo o que muita gente acharia muito e mesmo assim sentir essa falta. E o que temos tendência a fazer? A primeira coisa é a vitimização, que não passa de uma negação da responsabilidade pessoal sobre a situação. A culpabilização, arrependimento, e muitos outros sentimentos destrutivos. Criamos filmes nas nossas cabeças, inventamos desculpas, transferimos a responsabilidade para outras pessoas, para a própria situação, etc. Tudo menos para nós mesmos. O mais comum é recusar olhar para dentro e ver a verdade escondida. Enquanto isso somos "vividos" pela vida, apenas existimos no nosso abismo interior.

Pois bem, eu já me senti assim e só decidi acordar para a minha realidade real, quando tive uma crise de ansiedade, fiquei uma noite interna (inteira mesmo, foi horrível)  com neuroses, cérebro não parava de funcionar, etc. Pela primeira vez vi a necessidade de realmente tomar uma atitude séria e dar uma chance a Meditação. Não queria me ver dependente de comprimidos e decidi mudar antes que fosse tarde. Confesso que não é fácil, mas vale a pena.

Depois daquela crise decidi que não podia continuar como estava e comecei a investigar sobre meditação. Fazia algumas guiadas do youtube. Nessa altura encontrei o meu primeiro livro motivacional, o titulo chamou a minha atenção "Chega onde quiseres", de Michael Neill. Adorei! Em seguida atrevi-me a ler  o famoso "O Segredo", da Rhonda Byrne. Fiquei maravilhada, foi aí que a minha espiritualidade começou a dar sinais de querer aflorar, depois foi livro atrás de livro e tem sido assim até hoje (rs rs, muito Youtube também). Descobri o Mindfulness e estou apaixonada.

Hoje faz 1 ano e 6 meses que comecei a meditar e tem sido uma experiencia maravilhosa!! Medito duas vezes por dia, uma vez pela manhã e outra a noite, comecei com 10 minutos, mas as vezes faço 5 ou mesmo 25 ou 30, depende. Aprendi a conhecer-me melhor, a perdoar-me e perdoar os outros. Tenho aprendido o significado do amor incondicional e tento ao máximo viver com essa vibração e valor. Hoje estou a conhecer a minha verdade, os meus valores e vivo tendo em conta isso e também respeitando a verdade dos outros.

Desde que comecei a meditar muita coisa mudou na minha vida e principalmente na minha maneira de ver o mundo e reagir ao mundo. Hoje sei que o que vejo é um reflexo do que esta dentro de mim, e uso isso a meu favor para conhecer-me mais e identificar o que preciso curar. Hoje sei que as pessoas são como elas são e eu não tenho o poder de muda-las, mas posso ter a sabedoria de aceita-las. Hoje consigo controlar muito melhor a minha ansiedade e lidar melhor com as adversidades da vida (que hoje chamo de ensinamentos e oportunidades de aprendizagem). Ainda sou um bebé recém-nascido no mundo da espirutualidade e talvez até ainda esteja no útero (rs rs). O ponto é que estou a adorar e por isso quis partilhar de forma breve a minha experiência.

Pra mim esta experiência do autoconhecimento foi o maior presente que recebi este ano. Tenho plena consciência que é um processo contínuo e que não tem fim, mas estou muito orgulhosa de mim por me ter permitido embarcar nesta viagem.

Hoje eu acredito que nasci por algum propósito e que tenho uma missão maravilhosa a cumprir neste mundo e é o que vou fazer. O mesmo se aplica a si.

Hoje acordo para viver a vida e nao ser vivida. Somos fragmentos, peças de um ser maior, únicos e essenciais para que o puzzle (o propósito maior) seja cumprido. Cabe a nos descobrir qual é a nossa missão nesta vida, e seguir em frente, fazendo a nossa parte e acreditando em Deus (ou o que acredita ser o Ser supremo).

Para terminar, dizer que infelizmente para despertarmos para a nossa espiritualidade temos que sentir uma dor forte ou um vazio interminável. Por isso eu sempre achei que a dor era boa. Ela informa que algo não está bem e incentiva uma busca pela solução. Ninguém gosta de estar a sentir dor por muito tempo, nem de repetir a dor (este último pode ser problemático rs rs).

Um abraço bem apertado, cheio de paz, luz e muito amor.

Namastê


Odetuska


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