sexta-feira, 24 de novembro de 2017

A Síndrome "O que os outros vão pensar"







Hoje acordei com vontade de falar de uma síndrome que afecta muitas pessoas e tem um impacto significativo nas suas vidas, a Síndrome "O que os outros vão pensar". Quantas vezes deixamos de fazer algo por medo ou receio do que os outros vão pensar? É muito complexo falar sobre este tópico porque envolve muitos aspectos, não só pessoais como também culturais, sociais...

Como sempre, irei falar da minha experiência com a Síndrome e o que tenho feito para melhorar. O meu objectivo é curar-me por completo.

Antes de começar a meditar o impacto da Síndrome era muito maior na minha vida. Em quase todas as decisões, o que os outros iam pensar ficava no topo dos aspectos a considerar e o que eu ia pensar estava sempre por último ou simplesmente era descartado, como se não fosse importante. Vivia num ambiente muito dependente dos outros e isso foi muito prejudicial, em várias situações da minha vida. Hoje penso que podia ter feito muito mais, podia ter avançado muito mais com os meus projectos e sonhos se me tivesse ouvido mais e menos aos outros, se me tievesse importado mais com a minha opinião e não com a opinião dos outros.

Mas ok, então porque essa Síndrome é tão prevalente? Na minha humilde opinião e tendo em conta aquilo que tenho aprendido, o Medo da Rejeição, do julgamento e a falta de Autoestima estão na base do problema. No entanto, a tendência a vitimização e culpabilização, como forma de fugir da responsabilidade, são outros aspectos que também tem a sua parcela no desenvolvimento desta Síndrome. Crescemos condicionados, num ambiente que nos ensina que temos que ser sempre bem vistos, fazer bom papel, dar bom exemplo, para em troca sermos aceites, sermos amados. Ensinamos esse amor condicionado aos nossos filhos e a todas as pessoas que convivem com o nosso aprendizado. Este condicionamento todo é que origina a baixa autoestima, os medos (incluíndo o da rejeição, não ser bom o suficiente, etc). Este condicionamento ensina-nos que mais vale ser vítima, por a culpa noutra coisa/pessoa/situação. Quer-se que as pessoas sejam responsáveis mas não que sejam autênticas, se isso implica "não ficar bem". Poderia falar muito mais deste assunto, mas não me quero alongar muito no post.

Pois bem, o facto é que a Síndrome existe e é real, muito real e prejudica bastante. Quando descobri que a raiz no meu caso era o medo da rejeição e de não ser boa o suficiente comecei a trabalhar nisso.  E o pior de tudo é descobrir que somos os primeiros a nos rejeitarmos! Outro aspecto importante é o grau de importância que damos a opinião de certas pessoas (pais, companheiros, amigos, etc). As vezes podemos não nos importamos com a opinião geral, mas chegamos a estas certas pessoas e encravamos, principalmente se não temos certeza daquilo que queremos.

E o que acontece quando não temos muito domínio daquilo que realmente queremos? Perdemo-nos, ficamos confusos. Começamos a criar desculpas para justificar a escolha que agrada os outros, tentamos de todas as formas sentir-se agradados também. E qual é o problema disso? Simples, sempre ficamos com um vazio, algo falta, etc...etc.

Um dos sintomas mais graves desta síndrome é a necessidade de aprovação em cada decisão. A pessoa sempre tem que perguntar a outras pessoas o que elas acham da sua escolha e quando recebe uma resposta desencorajadora pode até desistir da sua ideia, da sua decisão. Por causa desta vulnerabilidade o ideial é não partilhar a ideia ou decisão antes de se convercer muito bem que é aquilo que realmente quer fazer. Falo por experiência própria. Eu tinha o péssimo hábito de contar aquilo que eu queria fazer e sempre na expectativa que todos iam apoiar e tal. Por várias vezes desisti de coisas, que talvez fossem ser fantásticas, por causa disso. Recebia uma reprovação e era suficiente para desistir. Isto acontecia porque eu mesma não estava convicta.

Hoje sei que os momentos de dúvida são excelentes oportunidades de autoreflexão e introspecção. Hoje pergunto a mim mesma qual o melhor caminho a seguir, dou muita importância a minha própria opinião sobre o assunto. Sou cristã e acredito em Deus, sendo assim, hoje aproveito as oportunidades de dúvida para ouvir o que Ele acha que é o melhor a fazer. E tem sido o remédio santo!! Através da meditação temos acesso ao nosso Ser interior, temos acesso a nossa sabedoria suprema (eu chamo de Deus, mas pode chamar o que acreditar). Por isso recomendo muito a meditação e principalmente nos momentos de dúvida, de indecisão, que são os principais, os que moldam o nosso destino.

Mas é claro que, isso é muito pessoal e depende muito do impacto da decisão na vida das pessoas que fazem parte da sua vida (a família directa: companheiro e filhos). Por vezes ter alguém confiável  é bom para ajudar a decidir. Todos nós temos pessoas cuja opinião nós confiamos. Mas mesmo assim, se o seu feeling não concorda, não faça! Eu confio muito na minha intuição (o meu feeling) e hoje oiço-a mais e Graças a Deus, tem sido o melhor. Isto tornou-me responsável pela minha vida, pelas minhas escolhas e pelas consequências que advém delas (nem sempre são boas, mas é sempre um aprendizado).

Espero que este post sirva de reflexão e também de ferramenta de apoio para quem esteja a sofrer com esta síndrome, deixando de fazer o que realmente quer por causa da opinião dos outros ou por causa do medo daquilo que os outros vão pensar. Somos os donos da nossa vida e, sendo assim, somos os responsáveis  pelas nossas escolhas e decisões.

Muita Paz, muito Amor, muita Luz

Namastê

Odetuska

Sem comentários:

Enviar um comentário